Construção da usina Belo Monte dentro da Floresta Amazônica, a maior floresta do mundo
Mais de dez artistas globais aderiram a campanha contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Carol Castro, Nathalia Dill, Maitê Proença, Juliana Paes, Murilo Benício, Dira Paes, Bruno Maseo, Eriberto Leão, Ingrid Guimarães, Marcos Palmeira, Malvino Salvador, entre outros que aceitaram participar de um vídeo a pedido do ator Sérgio Marone para o Projeto Gota D’Água.
No vídeo, os artistas questionam aos internautas sobre a hidroelétrica de Belo Monte, se eles já foram à Amazônia e se está claro de onde sairá todo o dinheiro para financiar as obras da 3º maior hidroelétrica do mundo. Segundo o vídeo, a usina será construída e apenas produzirá um terço da sua capacidade, pois durante oito meses do ano aquela região fica praticamente seca.
Esta é a primeira campanha do ‘Movimento Gota D’Água’, que visa discutir o planejamento energético do país pela análise do projeto da hidroelétrica de Belo Monte, a obra mais polêmica do PAC que custará 30 bilhões de reais.
Para ler a petição e assinar o protesto, basta acessar o site http://www.movimentogotadagua.com.br.
Veja o vídeo:
A usina será construída na área do Rio Xingu. O rio percorre 1,9 mil quilômetros. Sai do Cerrado, em Mato Grosso, e segue rumo à Floresta Amazônica, no Pará. A hidrelétrica de Belo Monte será construída entre as cidades de Altamira e Vitória do Xingu. A usina terá duas barragens e dois reservatórios. O primeiro não altera o leito do rio, só alarga suas margens, o que corresponde ao que é o Xingu hoje em período de cheia. O segundo reservatório vai alagar o que hoje é terra firme: pasto e floresta. O curso natural do rio será desviado. A briga de índios com a Eletronorte não é de hoje. Há 30 anos atrás, já previam a inundação de terras indígenas. O projeto mudou e nenhuma aldeia será alagada. A preocupação agora, é com a falta d’água, de que o transporte fique ainda mais difícil e que diminua a fartura de peixes que existe no local. Os impactos socioambientais não estão suficientemente dimensionados. Se for construída, a usina resultará em prejuízos irreversíveis aos municípios paraenses, às comunidades indígenas e à toda a biodiversidade do local. A liberação definitiva para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte foi dada em junho desse ano, pelo IBAMA. Polêmica e dúvidas estão entre as comunidades ribeirinhas. Várias serão alagadas, outras ficam onde serão instalados os canteiros de obras. A empresa que constrói Belo Monte terá que indenizar os moradores ou construir novas moradias, mas os locais para onde serão levados não foram escolhidos. Toda essa mudança tem um motivo claro para o governo: garantir energia para o país. Hoje, o Xingu é o ganha-pão de muitos pescadores da região. Mas agora essas pessoas já sabem que seu modo de vida simples está no caminho de uma força avassaladora.
Será que esse é o preço que essas pessoas e a natureza precisam pagar pelo “progresso” do país?