Papiro sugere casamento de Jesus Cristo
(foto: Karen L. King/Harvard/Divulgação) |
O Código Da Vinci, um verdadeiro fenômeno ficcional da literatura e do cinema, tem como pano de fundo um dos maiores mistérios da cultura ocidental a envolver a Igreja Católica, o Santo Graal, que nada teria a ver com o cálice buscado freneticamente por muitos desde a Idade Média, mas com Maria Madalena, que teria se casado com Jesus Cristo. A trama começa com o assassinato de Jacques Saunière, curador do Museu do Louvre, em Paris, que se descobre depois, não era o avô, mas o protetor de Sophie Neveu, uma das principais personagens da história e descendente viva da linhagem de Jesus e Maria Madalena.
A obra de Dan Brown foi aclamada por uns e apedrejada por outros. Em alguns países a proibição de exibição do filme chegou a ser cogitada. Tudo isso, repito, por causa de uma obra de ficção.
Agora, fato real, uma Inscrição em um pedaço de papiro sugere que Jesus Cristo teria sido casado. O material foi apresentado dia 18/09, no 10º Congresso Internacional de Estudos Coptas, que se realiza em Roma - Itália, por Karen King, professora da Faculdade de Teologia de Harvard, nos Estados Unidos.
Para quem não sabe, e eu também não sabia,copta é o nome dado à língua falada no Egito na época do Império Romano, justamente o período em que Jesus viveu. E é em copta que o fragmento de um texto revela: “Jesus disse a eles, minha esposa...”.
Segundo Karen, o pedaço de papiro, que mede aproximadamente quatro centímetros de altura e oito de largura, foi escrito na segunda metade do século 2.
- Esse novo evangelho não prova que Jesus era casado, mas nos conta que toda a questão só surgiu como parte de debates vociferantes sobre sexualidade e casamento - contou King à reportagem da própria Faculdade de Teologia de Harvard.
Ainda de acordo ela, o documento prova é que o estado civil de Jesus não era um tabu para os cristãos da época.
- Desde o início, cristãos discordaram sobre se era melhor não casar, mas levou mais de um século após sua morte até que eles começassem a apelar para o estado civil de Jesus como um apoio aos seus argumentos - explicou a professora.
O papiro foi mostrado por Karen a diversos expecialistas antes de ser levado ao congresso em Roma. Todos, sem exceção, concordaram tratar-se de um documento autêntico, que foi entregue à pesquisadora pelo próprio dono do material, que mora nos Estados Unidos e não quis revelar sua identidade, o que deixa sem explicação muitos detalhes sobre a descoberta.
Os especialistas, porém, são acordes sobre dois pontos: o papiro foi escrito em um livro, e não como se costumava fazer à época, em um rolo, pois há inscrições dos dois lados, e é original do Egito, por estar escrito em copta.
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